domingo, 20 de maio de 2018

VIVENDO O REINO DE DEUS


VIVENDO O REINO DE DEUS
Introdução
O que é o Reino de Deus? Como ele funciona? Quais são as suas características e os seus elementos? Quem faz parte dele? Para responder a essas e outras questões, vamos rever alguns pontos, vislumbrando com mais detalhes a magnitude do Reino de Deus. Assim, nos posicionaremos melhor como súditos e embaixadores de Jesus Cristo.
Jesus respondeu-lhe, declarando: “Em verdade, em verdade te asseguro que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.” Jo 3:3

Reino é:
Uma forma de governo constituída por um rei e seus representantes e súditos, os quais vivem num território sob uma constituição que rege todos os aspectos da vida nacional. Biblicamente, a Igreja é uma agência que promove o Reino de Deus; uma embaixada que representa Cristo aqui na terra.
I - O que é um reino?
O tipo de governo que caracteriza um reino é o monárquico, no qual o líder máximo, o rei, detém poderes ilimitados sobre o Estado.
Quais as principais distinções entre o Reino de Deus e os remos humanos — Do ponto de vista espiritual, aqueles que estão em Cristo fazem parte do Reino dos céus, cujo monarca absoluto, com direitos primordiais e soberanos, é Deus. Analisemos, à luz da Bíblia, algumas características que marcam esse Reino.
1.1 — Deus estabeleceu o Seu trono no céu (ver Sl 103.19) O Senhor tem estabelecido o seu trono nos céus, e o seu reino domina sobre tudo.
Salmos 103:19
1.2 — Deus reina sobre as nações (Sl 47.8a) Pois Deus é o Rei de toda a terra, cantai louvores com inteligência.
Deus reina sobre os gentios; Deus se assenta sobre o trono da sua santidade.
Salmos 47:7,8
1.3 — O trono de Deus é eterno (ver Sl 45.6) O teu trono, ó Deus, é eterno e perpétuo; o cetro do teu reino é um cetro de equidade.
Salmos 45:6
1.4 —A justiça e o juízo são a base do trono de Deus (ver Sl 89.14) Justiça e juízo são a base do teu trono; misericórdia e verdade irão adiante do teu rosto.
Salmos 89:14
1.5 — O Reino de Deus não é comida nem bebida (Rm 14.1 7a) Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo.Romanos 14:17
Deus instituiu um reino espiritual — Quando Jesus começou a ensinar acerca do Reino dos céus, pregava o arrependimento e manifestava o Seu poder para curar, libertar, evangelizar os pobres e consolar os tristes. Ele exortou todos a arrependerem-se (Mt 3.2). E dizendo: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus.
Mateus 3:2
As alegorias do Reino dos céus — Para facilitar a nossa compreensão, a Bíblia fala das questões celestiais fazendo analogia com as materiais, a fim de explicar mais claramente o que é o Reino de Deus. Citemos alguns exemplos:
João — Contemplou a glória do Cordeiro, tronos, coroas, espadas, selos, trombetas, incensários, palmas, livros, anjos, seres viventes, anciãos de branco e a grande multidão (Ap 4—11).
Jesus — Usou uma linguagem alegórica, contando várias parábolas, para conceituar o Reino celestial e ilustrar os princípios que o regem (ver Mt 13;20.1-16; 25; Lc 15).
II. De que um reino é constituído?
Vejamos alguns dos elementos que constituem os remos humanos, a fim de compreendermos nosso papel como participantes do Reino celestial.
2.1 — Todo reino precisa de um rei
O primeiro requisito de um reino é ter um rei, um soberano que governe pessoas e administre recursos de forma sábia. Deus é rei sobre toda a terra.
Ele existe desde a eternidade e sustenta todas as coisas pelo poder da Sua Palavra (SL. 95.3-5).
2.2 — Todo reino precisa de um príncipe
Sem o príncipe, o rei estaria fadado a não ter um sucessor de sua linhagem no trono para dar continuidade ao seu governo e aos seus projetos. A Bíblia faz uma referência a Jesus como príncipe, dizendo que o principado está sobre os seus ombros (Is 9.6).
2.3 — Todo reino precisa de porta-vozes
Precisa-se de ministros que auxiliem no reino e cuidem dos assuntos específicos. A Bíblia fala que somos embaixadores e porta-vozes do Reino de Deus no mundo (2 Co 5.20; 8.23).
2.4 — Todo reino compreende um povo
No Reino de Deus, quem são os súditos? O povo de Deus; todo aquele lavado e remido pelo sangue de Jesus, que o reconheceu como único e suficiente Salvador e submeteu-se ao senhorio dele.
2.5 — Todo reino precisa de um território
O Senhor governa sobre tudo e todos; no céu e na terra. isso inclui planetas, estrelas, luas e galáxias de todos os sistemas e o universo; lugares que o homem não sonha existirem. Não há lugar para onde alguém possa escapar do Espírito de Deus (Si 139).
2.6 — Todo reino precisa ter leis
Todo reino deve ser regido por leis e princípios. Devemos guardar-nos para que não nos esqueçamos do nosso Senhor (Dt 8.11). O cumprimento das promessas de Deus está ligado à obediência às Suas leis (Dt 28).

III. A importância das leis para um reino
Vamos comentar neste tópico os dois principais mandamentos que sustentam a Lei do Senhor. São eles:
3.1 — O amor a Deus
Jesus nos ordenou a amar o Senhor de todo o nosso coração, toda a nossa alma e todo o nosso pensamento, e ao nosso semelhante como a nós mesmos (Mt 22.37-39).
3.2 — O amor ao próximo
A Palavra de Deus nos adverte de que Ele não se deixa enganar. De nada adianta dizermos que amamos o Senhor, se não amamos o nosso irmão (1 J0 4.20,21).
A lei da reciprocidade — Quem ama abençoa o outro não porque ganhará algo em troca, mas porque sente prazer em abençoar; porque ama. A Bíblia nos adverte de que tudo quanto queremos que os homens nos façam devem os fazer-lhes também (Mt 7.12).
8Entretanto, sois vós mesmos que praticais a injustiça e cometeis fraudes, e tudo isso contra seus próprios irmãos! 9Não sabeis que os injustos não herdarão o Reino de Deus? Não vos deixem enganar: nem imorais, nem idólatras, nem adúlteros, nem os que se entregam a práticas homossexuais de qualquer espécie, 10nem ladrões, nem avarentos, nem viciados em álcool ou outras drogas, nem caluniadores, nem estelionatários herdarão o Reino de Deus. …1 Co 6:8-10
Todos os dias tomamos diversas decisões em nossas vidas. Toda decisão por uma determinada opção em detrimento de outra acontece com base em nosso conjunto de crenças e valores do que pensamos ser certo, ou errado. A isso chamamos de ética. A palavra “ética” vem do grego ethos que significa modo de ser, caráter, comportamento e inclui hábitos, costumes e práticas.
A ética não nos faz entrar no reino de Deus, mas o reino apresenta uma ética própria e bem definida. Dentre muitos padrões éticos exigidos na Bíblia, Jesus apresenta um resumo que nos ajuda a entender os fundamentos da ética do reino de Deus: “Ame o Senhor, seu Deus, com todo o coração, com toda a alma, com toda a mente e com todas as forças. Ame os outros como você ama a você mesmo” (Marcos 12.30-31 – NTLH). Vamos entender três pilares da ética do reino:
1.A ética para com Deus
Aqui está o comportamento mais importante apresentado por Jesus recitando o Pentateuco (Deuteronômio 6.5). O comportamento citado é de amarmos o Senhor com tudo o que temos e somos em primeiro lugar. De fato, o temor ao Senhor é o princípio de toda a sabedoria para se viver (Jó 28.28; Salmo 111.10; Salmo 112.1; Provérbios 1.7; 9.10; Eclesiastes 12.13). Sem o comportamento correto diante de Deus jamais teremos o comportamento correto perante o outro e em relação a nós mesmos. A ética para com Deus nos faz agir com ética para com tudo o que ele criou, quer sejam pessoas ou toda a natureza.
2.A ética para comigo mesmo
De um lado, vemos muitas pessoas que não se amam, não se cuidam, agridem-se a si mesmas com palavras ou fisicamente. Em extremos, recusam cuidarem de si mesmas até nos aspectos mais elementares de higiene e aparência. Por outro lado, vemos muitas pessoas que se cuidam com tanta intensidade como se fossem os únicos seres humanos sobre a face da terra. Vão ao extremo da vaidade e da busca insaciável da estética e do bem-estar. Mas, amor próprio, segundo a ética do reino, deve ser equilibrado. O primeiro fundamento para o equilíbrio do amor próprio está na compreensão e aceitação do grande amor que o Pai Celestial tem por mim (João 15.16; 1 João 4.10 e 19). Quando entendemos a profundidade do amor do Senhor por nós somos libertos de todo desamor próprio. O outro fundamento é que devo amar a mim mesmo na mesma intensidade que amo ao próximo. Quando compreendemos que a ética do reino inclui o outro no mesmo nível que o amor próprio, somos libertos de uma vida egoísta, hedonista e utilitária em relação aos outros. Jesus teve uma profunda ética para consigo mesmo, pois amou o mundo ao ponto de entregar-se, mas o fez por pura obediência e confiança no grande amor do Pai (Mateus 3.17; Lucas 22.42;  Hebreus  5.7-8).
3.A ética para com o outro
As relações sociais são muito desafiadoras para o comportamento ético. Olhando do ponto de vista da atitude passiva, implica em não fazer ao outro o que não gostaríamos que o outro fizesse conosco. Sob o prisma da atitude pró-ativa, significa fazer ao outro o que queremos que o outro faça a nós (Mateus 7.12). Alguns verbos são tão poderosos quanto desafiadores: perdoar, ouvir, tolerar, apreciar, suportar, abençoar, respeitar, submeter-se, compartilhar, dentre muitos outros. Na verdade, inúmeros são os textos bíblicos que trazem o padrão ético do reino de Deus para nosso comportamento em relação às outras pessoas (Atos 4.32; Romanos 15.1; 1 Coríntios 13.7; Gálatas 6.2; Efésios 4.2,3; 5.1-2; Filipenses 2.3; 1 Tessalonicenses 5.14; 2 Timóteo 2.24-26; Tito 3.2). Tudo isso e muito mais foi vivido por Cristo.
A maior revelação do padrão ético do reino de Deus pode ser vista e estudada na vida de Jesus. Uma pergunta muito simples que poderia nos ajudar a encontrar o comportamento ideal em cada circunstância, segundo a ética do reino de Deus, seria: em meu lugar que faria Jesus?