quarta-feira, 16 de novembro de 2016

APRENDENDO SOBRE JEJUM


Compilei abaixo uma lista de nove razões bíblicas para jejuarmos.É bom lembrar que esta lista não tem necessariamente um paralelo com a lista de 12 benefícios do jejum listado em Isaías 58. Muitos destes pontos vão se encaixar em áreas de nossa vida com Cristo, além disto responderão à maioria das questões, sobre as quais, tenho sido procurado nas últimas duas décadas.
1. Jejuamos em obediência à Palavra de Deus.
A prática do jejum está intimamente relacionada com a Palavra de Deus. Se lermos as Escrituras com o devido cuidado, perceberemos que ela foi um instrumento de vitória para líderes no Antigo e no Novo Testamento. Desta maneira, se o registro bíblico é digno de nossa confiança e um princípio a ser seguido, então podemos afirmar que “os vencedores jejuam e os derrotados não”.
“Ainda assim, agora mesmo diz o Senhor: Voltai para mim de todo o vosso coração, com jejum, com choro e com pranto.” (J12: 12)
“Antes, como ministros de Deus, recomendamo-nos em tudo: na muita paciência, nas aflições, nas necessidades, nas angústias, nos açoites, nas prisões, nos tumultos, nos trabalhos, nas vigílias, nos jejuns, na pureza, no saber, na longanimidade, na benignidade, no Espírito Santo, no amor não fingido.” (2 Cr 6:4-6)
“Respondeu-lhes Jesus: Podem estar tristes os convidados para o casamento, enquanto o noivo está com eles? Dias, porém, virão em que o noivo lhes será tirado, e nesse dia jejuarão.” (Mt 9:15)
2. Nós jejuamos para nos humilharmos diante do Senhor e obtermos a Sua graça e poder.
Como precisamos da graça de Deus! Você está consciente de que precisa da provisão e do poder de Deus para executar a obra que o Senhor colocou em seu coração? Ora, todos somos carentes de Sua contínua provisão para possuirmos uma vida vitoriosa em nosso dia a dia. Seria então penoso demais jejuar pelo menos uma vez por semana com o objetivo de manter os “canais” de sua vida limpos?
O nosso irmão Tiago deixou bem claro este ponto. Se você quiser poder e graça da parte de Deus você precisa se humilhar:
“Humilhai-vos perante o Senhor e ele vos exaltará”.(Tg 4:10)
O Espírito Santo é chamado de Espírito da graça. Se você almeja este glorioso Espírito da graça operante em sua vida, o caminho é simples, humilhe-se “debaixo de Sua poderosa mão”.
3. Nós jejuamos para obtermos vitória sobre tentações e ataques que nos impedem de estarmos nos movendo no poder de Deus.
Se a unção do alto não está fluindo através de sua vida, isso é um bom indicativo que você precisa introduzir em sua vida o jejum e a oração. Chegado está o momento de limpar o “canal” para o mover livre do Espírito de Deus através de você. Mais uma vez voltemos para Aquele que tem o padrão de estatura de varão perfeito, o grande Autor de nossa fé, Jesus. De acordo com o Evangelho de Lucas capítulo 4, o Senhor saiu do deserto, da tentação no “Poder do Espírito Santo”. Se você deseja o mesmo, siga-Lhe os passos, faça o que Ele fez. O evangelho nos relata que Jesus não comeu nada por 40 dias sendo, por todo este tempo tentado pelo diabo; todavia, o ponto alto do ataque de satanás foi no momento em que o Senhor se encontrou faminto.
4. Jejuamos para nos purificarmos do pecado (e nos tornarmos aptos para ajudar outros no caminho da consagração).
De acordo com as Escrituras Sagradas, Jesus Cristo tirou todo o pecado do mundo na cruz do Calvário. Sim, isto é, sem dúvida, uma realidade gloriosa. Contudo muitos de nós ainda vivemos “embaraçados” por pecados e parece que por mais que nos esforcemos e os evitemos, eles continuam nos assediando e trazendo frustrações. Esta tem sido a realidade da sua vida?
Na verdade, nosso Deus, sendo conhecedor de nossa natureza providenciou de antemão provisão para sermos, não somente vencedores sobre o pecado em nossas vidas, mas também aptos para nos posicionarmos na brecha da intercessão por outros. Se existe algum mal hábito ou pecado “crônico” em sua vida que ainda insiste em mantê-lo longe daquilo que o Senhor tem preparado para você, saiba que é hora de humilhar a sua alma no jejum e na oração, e o Senhor o purificará completamente. Uma vez purificado e andando no poder do Espírito, esteja de prontidão para o momento e que o Senhor o levantará em intercessão para a vida de outros. Um outro modelo desta prática, além de Jesus Cristo, foi o profeta Daniel:
“Eu dirigi o meu rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração e rogos, com jejum, e saco e cinza e orei ao Senhor meu Deus, e confessei, e disse: Ah! Senhor! Deus grande e tremendo, que guardas o concerto e a misericórdia para com os que te amam e guardam os teus mandamentos; Pecamos, e cometemos iniqüidade, e procedemos impiamente, e fomos rebeldes, apartando-nos dos teus mandamentos e dos teus juízos.” (Dn 9:3-5)
Podemos, sem dúvida, usar este modelo de oração para nossa congregação, por nossas crianças e até mesmo por nossa cidade e nação. Daniel está confessando que eles, a nação inteira havia saído dos caminhos do Senhor e, o motivo de estarem vivendo em tamanha derrota, foram os pecados e as transgressões cometidas pelo seu povo. Ora, Daniel foi um dos homens mais justos de sua geração! Ele foi aquele homem, que com ousadia e fé, tapou a boca dos leões e humildemente confessou: “Senhor, nós pecamos”.
Por muitas vezes, tenho compartilhado este princípio com pastores que protestam dizendo: “Você não entende! Estamos bem. Estamos hoje em um novo contexto, estamos vivendo na dispensação da graça”. Eu os ouço e simplesmente digo: “Vocês é que não entendem, estamos bem, vivemos na dispensação da graça, mas nossas cidades, o nosso país, as nossas nações estão vivendo de migalhas!” Precisamos tomar sobre nossos ombros este encargo e orar assim: ‘Deus, temos pecado, temos nos tornado preguiçosos. Perdoa e restaura-nos.’ Como crentes e intercessores, temos como exemplo o Grande intercessor. Somos, portanto, chamados e expectados a tomar sobre nós o encargo da vida daqueles que estão se perdendo. Isto é tão somente uma inevitável parte do compromisso que temos ao “tomar sobre nós a nossa cruz a cada dia.”
No decorrer da história existem registros de cidades ou nações inteiras que buscaram o arrependimento e jejuaram para purificação de pecado. Isto aconteceu nos dias de Jonas. Os ninivitas eram maus e violentos e estavam prestes a serem julgados e aniquilados por Deus; porém, eles encontraram o caminho do jejum (até os jumentos, camelos e cabritos foram colocados para jejuarem):
Os ninivitas creram em Deus. Proclamaram jejum, e todos eles, do maior ao menor, vestiram-se de pano de saco.
Quando as notícias chegaram ao rei de Nínive, ele se levantou do trono, tirou o manto real, vestiu-se de pano de saco e sentou-se sobre cinza. Então fez uma proclamação em Nínive: “Por decreto do rei e de seus nobres: Não é permitido a nenhum homem ou animal, bois ou ovelhas provar coisa alguma; não comam nem bebam! Cubram-se de pano de saco, homens e animais. E todos clamem a Deus com todas as suas forças. Deixem os maus caminhos e a violência.
Talvez Deus se arrependa e abandone a sua ira, e não sejamos destruídos”. Deus viu o que eles fizeram e como abandonaram os seus maus caminhos. Então Deus se arrependeu e não os destruiu como tinha ameaçado.
(Jn 3:5-10)
O jejum tem a capacidade de trazer à tona de nosso ser toda a podridão do pecado e sujeira de maus hábitos que, diariamente, borbulham na superfície de nosso viver. Você rapidamente observará, especialmente em longos períodos de jejum, que se você tiver um mau temperamento encubado que só Deus (e a sua esposa) sabem, isto começará a emergir à superfície e você não terá problema em se expor (pois agora você está maleável). Por vez, isto lhe parecerá profundamente doloroso, mas seja paciente, não se desencoraje. O Senhor o limpará completamente.

5. Nós jejuamos para nos quebrantarmos diante do Senhor e, ao mesmo tempo, nos fortalecermos Nele.

O jejum é a arma providenciada por Deus contra a carne. Quando você jejua, você então faz uma escolha interior e demonstra externamente que você almeja o poder de Deus em seu viver diário. Muitos anos atrás, quando iniciava meu ministério, recebi um chamado de um casal, o qual amava muito e por quem orava constantemente. Naquele instante eu tinha pouquíssimo dinheiro disponível, mas meu coração foi profundamente tocado quando um deles me disse: “Irmão Mahesh, estamos passando por grande necessidade”. Eles estavam terminando a faculdade e estavam sendo obrigados a abandoná-la por falta de recurso financeiro, até mesmo, para necessidade básicas. Eles me disseram: “Mahesh, tudo que queremos é que você esteja em oração em nosso favor”.
Eu, porém, os amava muito e estava naquele instante prestes a dizer-lhes que enviaria todo o dinheiro de minha conta bancária. Eu ainda estava na Universidade e precisava muito daquele dinheiro que, com muitos esforços, havia economizado. Assim que aqueles irmãos compartilharam-me aquela necessidade, eu disse para mim mesmo: “Eu vou lhes dar todo o dinheiro que tenho guardado para matrícula no próximo semestre”. Era a minha carne falando. Ora, não existe mal algum ofertar àqueles que estão em necessidade; todavia, aquele não era o momento para tal procedimento. O pedido dos irmãos era tão somente por oração. Eles buscavam o mover do Senhor e eu, simplesmente, queria dar-lhes algum dinheiro. De repente, Deus parecia falar comigo ao meu ouvido: “Mahesh, você vai ajudá-los ou vai deixar Eu agir?” Então eu disse: “O Senhor é Soberano.” – E orei por eles. No dia seguinte os dois foram contemplados com bolsa de estudo integral. E o milagre da provisão não parou aí! Nos dois anos que se seguiram, Deus continuou a cuidar de suas necessidades de maneira sobrenatural! Em contraste a tamanha benção, “o desejo da carne” ou “o braço mortal de Mahesh” poderia ajudar os meus amigos talvez por três dias no máximo. Graças a Deus! Ele tem o melhor caminho.
Considere o que Senhor diz em Sua Palavra:
“De jejuar estão enfraquecidos os meus joelhos, e a minha carne emagrece. E ainda lhes sirvo de opróbrio; quando me contemplam, movem as cabeças. Ajuda-me, Senhor Deus meu: salva-me segundo a tua misericórdia. Para que saibam que nisto está a tua mão, e que tu, Senhor, o fizeste. Amaldiçoem eles, mas abençoa tu: levantem-se, mas fiquem confundidos; e alegre-se o teu servo.” (Sl 109: 24-28)
“E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade pois me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo. Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco então sou forte.” (2 Co 12: 9,10)
6. Nós jejuamos para obter da parte do Senhor o suporte necessário para executar a Sua obra.
Os líderes da igreja em Antioquia jejuaram e oraram antes de enviarem Barnabé e Saulo. Aqueles líderes fizeram a escolha certa, pois buscavam o pleno sucesso na jornada que seria empreendida por aqueles apóstolos. Barnabé e Saulo sempre seguiram os mesmos passos executados por eles em Antioquia. Todas as vezes que estabeleciam uma igreja em uma cidade, eles oravam e jejuavam antes de apontarem os presbíteros daquela cidade. A prática do jejum e oração foi um instrumento por excelência para conduzi-los nesta difícil escolha e assim, assegurar o sucesso da pregação do Evangelho e o crescimento da igreja na cidade. (Veja Atos 13:3,4; 14:23).
7. Nós jejuamos em tempo de crise.
O homem sempre recorreu a Deus em oração e jejum em tempos de crise. O livro de Ester registra o que, provavelmente, foi o tempo mais crítico da história do povo judeu. Embora o brutal massacre imposto aos judeus por Hitler exterminasse cerca de seis milhões de judeus na Segunda Guerra, milhares de judeus ainda viviam em outros países no mundo. No tempo de Ester, entretanto, os judeus ainda não tinham sido dispersos e Hamã estava, literalmente, na eminência de ter sucesso em seu objetivo macabro de destruir toda a raça judia. O rei medo-persa já tinha assinado o atestado de óbito daquela nação, quando Ester trouxe uma palavra aos judeus. Ela lhes pedia para estarem em um propósito de jejum antes dela arriscar a sua vida ao entrar na presença do rei e pedir misericórdia para o seu povo.
“Então disse Ester que tomasse a dizer a Mardoqueu”: Vai, ajunta a todos os judeus que se acharem em Susã, e jejuai por mim e não comais nem bebais por três dias, nem de dia nem de noite, e eu e as minhas moças também assim jejuaremos; e assim irei ter com o rei ainda que não é segundo a lei; e, perecendo, pereço.” (Et 4:15,16)
Em tempos de crise, o ideal é procurarmos estar em jejum, nos abstendo de toda e qualquer comida e bebida. Contudo, eu jamais te recomendaria fazer isto por mais de três dias, a menos que, você esteja gozando literalmente da glória de Deus e possua uma palavra específica Dele para tal. Ester pediu a seu povo que estivesse jejuando por três dias e, no final deste período, Deus transformou toda aquela situação caótica em que se encontrava o Seu povo, trazendo poderosa libertação.
Novamente, no Segundo Livro das Crônicas 20, Judá estava para ser destruída pelos seus inimigos quando, o rei Josafá, ordenou ao seu povo um jejum. Como resultado, eles foram testemunhas de um dos mais dramáticos atos de libertação sobrenatural registrados na Bíblia.
8. Nós jejuamos quando buscamos a direção de Deus.
“Então apregoei ali um jejum junto ao rio Aava, para nos humilharmos diante da face de nosso Deus para lhe pedirmos caminho direito para nós, e para nossos filhos e para toda a nossa fazenda. Porque me envergonhei de pedir ao rei exército e cavaleiros para nos defenderem do inimigo no caminho, porquanto tínhamos falado ao rei, dizendo: a mão do nosso Deus é sobre todos os que, o buscam para o bem, mas a sua força e a sua ira sobre todos os que o deixam.” (Ed 8:21-23)
Quando você precisa da direção de Deus ou se encontra confuso acerca de qual caminho tomar, a melhor coisa que você pode fazer é jejuar. Especialmente em se tratando da área de relação interpessoal, em particular, irmãos que estão na fase de escolha sobre com quem se casar.
O Senhor ensinou-me este princípio antes de me casar e eu jejuava por minha esposa antes mesmo de conhecê-la. Eu tinha a plena certeza que o Senhor não tinha me chamado para o celibato e, certamente Ele sabia quem era ela e onde estava. Assim, armado com este pensamento perseverava em meu jejum. Posteriormente Bonnie e eu comparamos as nossas anotações e descobrimos que no momento mais crítico de sua vida, após seus pais se divorciarem, ela entrou em profunda crise. E exatamente durante aquele período, sem ter a mínima noção do que acontecia, senti o desejo de orar por ela, ministrando-lhe suporte e libertação.
9. Nós jejuamos para crescermos no entendimento espiritual e revelação divina.
Como cristãos, precisamos muito mais do que direção. Precisamos também de revelação e entendimento de certas questões, situações e verdades bíblicas. A palavra nos diz:
“Portanto, entra tu, e lê do rolo que escreveste da minha boca as palavras do Senhor aos ouvidos do povo, na casa do Senhor, no dia de jejum. Também as lerás aos ouvidos de todo o Judá, que vem de suas cidades”.(Jer 36:6)

Às vezes a revelação da parte do Senhor não vem, necessariamente, no momento em que jejuamos, mas posteriormente. Isto aconteceu comigo, quando o Senhor revelou-me os maravilhosos princípios de cura durante uma cruzada no Haiti. Deus operou tremendos milagres naqueles encontros. Contudo, os sacerdotes locais de Vodu e feiticeiros ficaram muito perturbados com a nossas concentrações. Eles convocaram, através do rádio, todos os feiticeiros e bruxos para uma reunião com o objetivo de lançar sobre nós uma maldição! Eu disse: “Oh! Isto é maravilhoso! Vamos ver o que eles podem fazer, pois eu tenho certeza que a glória do Senhor está ao nosso redor e, absolutamente, nada pode nos tocar”.