domingo, 20 de agosto de 2017

ÓRFÃO NUNCA MAIS

“Não vos deixarei órfãos, voltarei para vós outros” – João 14.18
Uma das experiências mais dolorosas da vida humana é quando perdemos pessoas queridas, principalmente os Pais. Mais profunda ainda é a perda quando o filho ainda não possui caráter e personalidade completa.
Foi neste sentido que Jesus falou aos discípulos: “Não vos deixarei órfãos”.
Jesus havia chamado cada um deles. Durante três anos e meio, havia também cuidado de todos os detalhes para tivessem um crescimento saudável em termos de vida espiritual. Sermões, parábolas, orações, sinais milagrosos e até mesmo exortações para que estivessem preparados para o glorioso ministério de estabelecer o Reino de Deus.
A cruz aproximava. Ele seria arrancado do meio deles e seria colocado como espetáculo para alguns, porém, para os seus, o remidor do maior mal que alguém possa sofrer, o pecado. E isto seria com o pagamento pelo derramamento do Seu precioso sangue.
E, por mais que os havia alertado pela necessidade dEle passar pela cruz, o momento seria muito difícil.
Jesus então fala sobre a ação do Espírito Santo na vida deles. E numa de Suas expressões, deixa claro: “Não vos deixarei órfãos.”
1. A orfandade pode produzir a falta de referencial.
Os pais são modelos em tudo para os filhos. Sem os pais, os filhos podem ficar sem alvos, sem objetivos, alguém para espelhar a vida.
O Espírito Santo após nos convencer do pecado, da justiça e do juízo, (João 16.8) nos coloca nos braços de Jesus. Com a ação do Espírito Santo passamos a ter um referencial. O próprio Cristo falou-nos sobre isto dizendo: “Quando, porém, vier o Consolador, que eu vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da verdade, que dele procede, esse dará testemunho de mim”. Jo 15.26.
Paulo escreveu: “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura, as coisas antigas já passaram. Eis que se fizeram novas. 2 Co 5.17.
Tudo o que Jesus falou e fez, passa a ter significados espirituais. Somos gerados em uma nova criatura à semelhança do padrão de Cristo. Olhe sempre para Jesus como modelo maior para a sua vida.
Filipenses 2. 5 diz: “Tende em vós o sentimento que houve em Cristo Jesus.”
O Escritor de Hebreus 12. 2 – “Olhando firmemente para Jesus…”
Jesus tem sido realmente o teu alvo supremo?
2. A orfandade pode produzir a falta de vida social.
Muitos lugares são importantes, mas nada substitui o ambiente familiar. É no seio da família que aprendemos os valores sociais e os limites alheios.
Quando dizemos sim a Jesus, o Espírito Santo nos insere numa família, num corpo chamado “Corpo de Cristo”, a Igreja do Deus Vivo.
Vejamos alguns textos:
1 Coríntios 12.13 diz: “Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres”.
Efésios 2.19 – “Assim já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois da família de Deus”.
A nova vida em Cristo produz pelo Espírito Santo, um povo que caminha junto para a glória celestial. A solidão é vencida pelo calor da família de Deus.
Você já agradeceu a Deus pelos irmãos em Cristo que possui?
3. A orfandade pode produzir a falta de afeto.
Todos podem nos tratar bem, mas carinho de Pai e mãe é insubstituível. O Espírito Santo nos dá isso também. Nossa vida é banhada de amor. Somos despertados com os louvores de Deus. Somos convidados à comunhão com o Senhor através da oração e da adoração.
O fruto do Espírito é produzido em nós, o qual se manifesta em “amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio” – Gl. 5. 22 e 23.
Há ainda outro texto maravilhoso que fala de afetividade: Romanos 8.15 – “Porque não recebestes o espírito de escravidão, para viverdes, outra vez, atemorizados, mas recebestes o espírito de adoção, baseados no qual clamamos: Aba, Pai”.
Este Aba Pai poderia ser traduzido por “Papaizinho”. Deus é reconhecido por nós com muito carinho, mas jamais, poderia tratá-Lo assim, se primeiro Ele não nos tivesse feito Seus filhos. Não teríamos a liberdade de tratar o dono de todas as coisas com tamanha profundidade, se primeiro não tivéssemos sido tratados com tanto afeto pelo Senhor que age em nós pelo Espírito Santo.
Você já retribuiu o carinho de Deus hoje?
4. A orfandade pode produzir a falta de sustento.
A sustentabilidade é necessidade básica para um filho. A falta de alimento é deprimente para quem quer que seja, e um órfão está muito suscetível a isto.
O autor da Bíblia Sagrada é o Espírito Santo: “Porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo” – 2 Pe 1.21
Quando Jesus foi tentado, no início do Seu Ministério terreno, após Jejuar quarenta dias e quarenta noites teve fome. A proposta do tentador foi: “Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães. Jesus, porém, respondeu: Está escrito: Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus”- MT 4.3, 4.
Então não é difícil concluir que a Bíblia é o alimento do Espírito Santo para a nossa sustentação espiritual.
Todos que consideram a Bíblia como livro inerrante e infalível são fortalecidos por seus princípios. Patriarcas, profetas e apóstolos passam a ser nossos irmãos e passamos a aprender por suas qualidades e defeitos. Suas histórias são nossas histórias. Ocorre uma recriação dos acontecimentos onde somos orientados e aconselhados.
Você hoje tem se alimentado da palavra de Deus?
5. A orfandade pode produzir a falta de proteção.
Em todo o reino animal é possível perceber uma proteção dos pais aos filhos. Todo Pai ou mãe sadio emocionalmente cuida de seus filhos.
Com o Espírito em nossas vidas é assim também. Ele também procura nos proteger, nos agasalhar.
Após o momento glorioso da ressurreição de Jesus, Ele foi atrás dos Seus discípulos para restaurar a vocação deles e momentos antes de ascender aos céus aconselhou: “Eis que envio sobre vós a promessa do meu Pai; permanecei, pois, na cidade, até que do alto sejais revestidos de poder”. – Lc 24.49.
Revestidos, significa outra veste e esta teria uma qualidade especial, seria de poder.
O mesmo Lucas quando escreveu Atos dos Apóstolos disse: “Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo” – At 1.8.
“Para que, segundo a riqueza da sua glória, vos conceda que sejais fortalecidos com poder, mediante o seu Espírito no homem interior” – Ef 3.16. Oração de Paulo aos Efésios.
Você já percebeu a presença do Espírito Santo em sua vida?
6. A orfandade pode produzir a falta de herança.
Uma das coisas interessantes da vida é que os pais passam a construir um futuro para os filhos. Querem dar o melhor para eles. Desejam que tenham o que não tiveram. A isto chamamos herança.
Como é sublime descobrir este princípio nas Escrituras. O Espírito Santo trabalha em nós, não apenas para esta vida, mas nos preparando para a herança maior, a eternidade.
Somos peregrinos neste mundo que caminham para a vida eterna. Este é o alvo final da vida Cristã. Nosso objetivo maior deve ser o de encontrar o Senhor na glória.
O Espírito Santo atua na vida dos filhos de Deus selando-os, marcando-os, separando-os do mundo e do pecado, sendo um penhor, uma garantia, uma certeza para a vida eterna.
Notemos o conselho da carta de Paulo aos Efésios: “Em quem também vós, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o Santo Espírito da promessa; o qual é o penhor da nossa herança, até ao resgate da sua propriedade, em louvor da sua glória”. Ef 1. 13 e 14.
Foi por isso e muito mais que Jesus, após a ceia e antes do calvário disse: “Não vos deixarei órfãos…”
Por que viver tão só, sem referencial, sem objetivo, longe da família de Deus, sem afeto, sem alimento espiritual, sem proteção e sem a herança eterna?
Deixe o Senhor te adotar. Ele já fez a Sua parte e você?
Diga para Jesus e você: Órfão?  Nunca mais!!!