quarta-feira, 11 de abril de 2012

Jorginho

Nasci no Rio de Janeiro e praticamente não conheci meu pai, que faleceu quando eu era muito jovem. O que conheci de perto foram dificuldades e problemas, principalmente aqueles provocados por meu irmão mais velho, Jaime, que era alcoólatra e sempre retornava para casa transtornado, quebrando tudo o que encontrava pela frente.
Mas eu sabia que Deus poderia inverter esse placar. E a primeira intervenção do Senhor foi justamente ao livrar o Jaime da morte, depois de um atropelamento horrível na Avenida Brasil, no Rio de Janeiro. A segunda veio com sua libertação do alcoolismo. Uma noite ele chegou para a família e disse: “a partir de hoje não bebo mais. Jesus me libertou do vício”. De fato, daquele dia em diante, Jaime nunca mais voltou a por uma gota de álcool em sua boca, além de mudar sua vida completamente.
Sim, Deus atuara na vida do meu irmão. Como negar tal fato? E atuou na minha vida também. Naquela época eu treinava a semana inteira e no dia do jogo, minutos antes da partida iniciar, sentia o corpo como que travar. Não conseguia sequer andar e, daquele jeito, como poderia correr atrás da bola? Nada havia que me livrasse daquelas dores. No jogo da volta do Zico ao Flamengo, eu estava bem fisicamente e muito disposto para jogar a partida festiva que reunia craques como Maradona, Falcão, Rummenige e Gentile, entre outros grandes nomes do futebol mundial. A Copa do Mundo de 1986 se aproximava, e aquela era uma grande chance de mostra serviço. Só que mal peguei na bola as dores voltaram, o corpo travou, e tive que sair de campo carregado numa maca, chorando bastante. Naquela mesma noite decidi seguir a Jesus Cristo.
Jesus então transformou minha vida de forma radical, as dores sumiram para nunca mais voltar! Pude levar minha carreira adiante, com a certeza de que não encerraria minha carreira  precocemente no futebol. Estava sim iniciando uma longa jornada de conquistas e de vitórias, confiando em Jesus Cristo. Eu, que era considerado um Bad Boy, recordista de cartões vermelhos na defesa do Flamengo, encontrei uma paz de espírito tão grande que refletiu no meu estilo de jogar. Como resultado, ganhei da FIFA alguns anos mais tarde, o prêmio Fair Play como o jogador mais leal do mundo, por ter jogado quatro temporadas no futebol alemão sem tomar um cartão vermelho.
Jorginho, auxiliar técnico da Seleção Brasileira de Futebol

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